Madeira de lei
quarta-feira, 23 de outubro de 2024
vida
sábado, 6 de julho de 2024
suicídio
segunda-feira, 26 de junho de 2023
carnaval
terça-feira, 31 de janeiro de 2023
penumbra
quinta-feira, 15 de setembro de 2022
besouro
Entre os pés que poderiam lhe causar a morte,
vejo um besouro de barriga para cima.
Patas balançando em sinal de desespero,
quase não mexe o seu exoesqueleto
segues implorando com pouca sorte
de pernas para o ar
com desalento e angústia: agoniza
a espreita de qualquer ameaça que pode o esmagar.
incapaz de alçar voo
torna-se inútil o nosso besouro
- que quando vence a gravidade
plaina zonzo, barulhento - mais pesado que o vento pode suportar
aos olhos em desalento, pensa-se, na altura, um alvo fácil de acertar
mas indefeso no chão
- sem poder voar -
ninguém pisa e o mata
por compaixão ou complacência
por não ser uma barata.
quarta-feira, 9 de março de 2022
uma valsa brilhante
sexta-feira, 31 de dezembro de 2021
o fim do mundo será belo
como quem não quer morrer
talvez o desespero
Impeça a sua devida contemplação
O fim do mundo será belo
e não perceberemos
como num final de filme
quando desprezamos
os créditos finais
O fim do mundo será belo
como a fagulha de um cigarro
em meio a noite
e a fumaça que dissipa da boca.
Amaremos o fim do mundo
Pela sua beleza
Pelo seu inerente desespero.
Pela sua violenta compaixão
Pelo fim da fome
Pelo fim da miséria
O fim do mundo será belo
paraqueles que viver é sinônimo de sofrer
e - talvez - essa seja a única alternativa
para construção de um caminho que conduza
o povo ao encontro da alegria de viver.
É como diz o ditado:
"que dia agitado
seria hoje
se não fosse o amanhã."