domingo, 15 de dezembro de 2013
A fumaça que sai da sua boca
se confunde com o ar de São Paulo
Nessa noite
tardia
a única estrela que resta
está em suas mãos
Tem cor de fogo e despeja cinzas
anunciando o seu fim
tudo isso compõe uma imagem
que veermer
gostaria de ter pintado
esse belo quadro
tem o contraste do seu corpo
com o amanhecer
*
a gravura não captaria
-mas sabemos-
havia passaros
cantando nossa sinfonia
da fotografia
que queria
fiz poesia
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
pombinhos
Para o amor, de fato, não existe espaço
até em cima de uma marquise de um prédio histórico
um casal
sem vergonha
de pombos
transa
se nisso há muito exagero
há também muita coragem
maldade
E mesmo uns gritando para pararem,
eles não param.
Porque só de você mandar
já dá vontade de desobedecer
até em cima de uma marquise de um prédio histórico
um casal
sem vergonha
de pombos
transa
se nisso há muito exagero
há também muita coragem
maldade
E mesmo uns gritando para pararem,
eles não param.
Porque só de você mandar
já dá vontade de desobedecer
domingo, 10 de novembro de 2013
negação da negação
"O estado de espírito de negação precede frequentemente a ocasião de negar. Antes que tenhas falado, se me és antipático, a minha negação está pronta, digas o que disseres - pois é a ti que eu nego"
acho que vou começar a colecionar seus não's
e guarda-los na mesma prateleira dos livros que ainda não foram lidos
esperando para que um dia sejam abertos
e depois devorados
acho que entre um não e outro
poderíamos fingir que nada aconteceu
e restabelecer o mesmo momento
em que você apareceu
acho que depois de outro não
(que poderia ser um 'agora não')
vou recuperar a fé que nunca tive
para esperar a próxima negação
E no final
eu só quero saber
quantos não's faltam
para eu te ter
sábado, 9 de novembro de 2013
terça-feira, 17 de setembro de 2013
melancolia
deixamos o perdão para o último segundo
e enquanto sol aquece seu corpo moribundo
o tempo esquece que passa
e a vida é só brisa
as lágrimas secam para o enterro
ao irrigar a distância entre nós
não nos reconhecemos como iguais
dos pés calejados, da fala mansa
memórias mortas ressuscitadas
a partir do fim de sua vida
ao seu caixão deixaram flores
que não comprei
mas levam o meu nome
e enquanto sol aquece seu corpo moribundo
o tempo esquece que passa
e a vida é só brisa
as lágrimas secam para o enterro
ao irrigar a distância entre nós
não nos reconhecemos como iguais
dos pés calejados, da fala mansa
memórias mortas ressuscitadas
a partir do fim de sua vida
ao seu caixão deixaram flores
que não comprei
mas levam o meu nome
sábado, 31 de agosto de 2013
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
falar de nós seria um crime
porque não somos uma pessoa
porque não somos plural
o incomodo separa em dois
o pouco que resta
da possibilidade de aturar um ao outro
que se dissipa na estupidez de apenas um
ato unilateral
sem celebrações
ou avisos
que põe fim as pertubações
tu se afasta
eu me recomponho
e a vida ainda é a mesma
do que aquela
na praia
onde as crianças jogavam bola
onde a vontade ainda era proibida
onde eu olhava o seu rosto
e não sabia o que queria.
quinta-feira, 11 de julho de 2013
o incêndio lá fora
nos avisa que é dia
e a chama entre nós
- já consumida -
não nos ameaça agora
não há fumaça
no fogo anunciado
pelos vidros alaranjados
não há vestígios
nem odor
só a cama desarrumada
é o nosso presságio de destruição
logo, o incêndio se dissipa
(mas ainda estamos vivos)
e a cortina entra na sua hora sombria
que evidencia a sua inutilidade.
nos avisa que é dia
e a chama entre nós
- já consumida -
não nos ameaça agora
não há fumaça
no fogo anunciado
pelos vidros alaranjados
não há vestígios
nem odor
só a cama desarrumada
é o nosso presságio de destruição
logo, o incêndio se dissipa
(mas ainda estamos vivos)
e a cortina entra na sua hora sombria
que evidencia a sua inutilidade.
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