Entre os pés que poderiam lhe causar a morte,
vejo um besouro de barriga para cima.
Patas balançando em sinal de desespero,
quase não mexe o seu exoesqueleto
segues implorando com pouca sorte
de pernas para o ar
com desalento e angústia: agoniza
a espreita de qualquer ameaça que pode o esmagar.
incapaz de alçar voo
torna-se inútil o nosso besouro
- que quando vence a gravidade
plaina zonzo, barulhento - mais pesado que o vento pode suportar
aos olhos em desalento, pensa-se, na altura, um alvo fácil de acertar
mas indefeso no chão
- sem poder voar -
ninguém pisa e o mata
por compaixão ou complacência
por não ser uma barata.