sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Processo



Não gasto minhas palavras para falar de amor,
não uso minhas letras para algum chefe,
ou qualquer outro senhor.

Para ter valor,
precisa ser miserável.
Para ser importante,
não precisa ter amante,
basta ser amável.

As minhas palavras caras,
minha cara,
uso com aquele que é barato.
Aquele que não usa terno
nem sapato.

Meus versos preciosos
são refens dos mendigos
que pagam a recompensa,
apenas com sorrisos.
A cada estrofe,
que curar uma fome,
(por um segundo que seja)
não enche o estomago,
mas deixa a cabeça
satisfeita.

Quem é rico faz pedidos,
suspira o excesso.
Quem é pobre agradece,
alivia-se com o curto sucesso
do seu emprego,
do seu trabalho,
que será trocado
por um pequeno
salário.

Descansam na subida da ladeira
assobiando a nova musica,
ocupada na sua cabeça.
Cotidianamente
- vence.
Sem receber qualquer
prémio,
ou menção.
Porém, sente inveja
da medalha do patrão.
Que ganhou por matar patos,
por ter o mais bonito carro,
ou por qualquer outro fato,
que relembra que ele é inferior.
Que nunca terá valor.

Quando declamam poesias
o burgues se enaltece
brilham os olhos
suspiram preces.
Cultura
só consumida por estes.
Aos marginais
há velhos jornais
há velhas musicas
samba,
pagode,
funk,
que a elite não escuta
para isso
se faz surda
pois beleza,
nobreza,
só os seus cantos
somente seu encanto.

Podre classe
que hoje domina
mas amanha sucumbirá.
Seus valores,
seus gostos,
hoje nobres,
amanha
-
tão pobres.


Arrogancia,
ganancia,
cairão.
Uma nova cultura
surgirá.
Outra sociedade
solidificará.
Sob as ruinas do consumismo
do individualismo.
Morte ao Capital,
que tanto explora.

- DO PEDIDO

Burguês,
por favor,
vá embora.

( ou então irá
a força
no paredão
ou na forca)
.
.
.

Nenhum comentário: