segunda-feira, 10 de março de 2008

Paciência

Todos estão trabalhando ou estudando agora, mas ele não. Nesse momento ele está terminando o seu cigarro e escrevendo.

Que desperdício - diz a mente
Que ignorancia - diz o coração

Não escreve nada de significativo, não tem assunto, não tem memória, não tem mais aquele sentimento que dá o impulso inicial e que dá os primeiros passos sozinho.

Esses passos são sempre os mais difícies. Você cai, levanta-se, arrasta-se. Ninguem lembra dessa grande dificuldade que teve para aprender a andar. Quando se está correndo, poucos são aqueles que sabem que cairam muito para poder, enfim, correr. O mesmo acontece com a leitura. As pessoas esquecem que tiveram grande dificuldades na alfabetização ( é claro que excluindo os 'gênios' ). Depois de ler um livro inteiro, você não se lembra do grande sacrificio que teve para conseguir esse fato. Depois que se aprende, não há mais valor. Não há nenhuma glória. Por isso, se está enfrentando alguma dificuldade, acalma-se. Você vai supera-la e depois esquece-la. Eis o processo.

E ele continua rabiscando o papel... Em linhas tortas, faz textos horriveis. Rasga o papel e pega outro. Não consegue mais. Pensa em descansar..."Mas pra que ?" Vai ter o dia inteiro pela frente e nada vai fazer, nenhum compromisso. As horas passam devagar e os dias passam rapidamente. Ele pega um livro e vai pra rede do lado de fora. Triste e amuado. Se não consegue escrever, leia. É o que resta.

Eu gosto de opostos - diz a mente
Eu gosto de paradoxos - diz o coração.