domingo, 25 de outubro de 2009

Cada um.

Cada hora, tem o seu segundo.


Cada universo, seu mundo.


Cada respiração, seu suspiro.


Cada felicidade, seu riso.


Cada palavra, sua letra.


Cada céu, sua estrela.


Cada corpo, seu coração.


Cada amor, sua paixão.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Poesia Condenada

A pena é leve.
Que pena.
Poderia ser outra pena.
Não essa,
-pesada,
como chumbo,
-longa,
como o futuro.

Trinta anos!
Dará para contar as gotas do oceano?
Trinta anos!
Merecia eu tanto?
Trinta anos!

Eu queria estar num livro,
com outras poesias.
Mas vou para cadeias
por causa de heresias.
Minhas palavras estão apavoradas.
Não serão lidas.
Não serão ditas.
Serão esquecidas.

Eu, a ré, a poesia
Atrás das grades
Ninguém me visita
Atrás das grades
Com fome
Atrás das grades
Sem rima

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Poesia da Alma

Alma nova,
inova agora.

Lá fora,
minh'alma
assombra
e devora a mente.
Que sente.
Que mente.

Repito aquilo que digo.
Não ligo.
Repito e minto.

Demasiado são as palavras que aparecem,
diferentes e mutantes.
Assaltam uivante,
como avalanche,
meu coração.

Afogo-me
Fico sem ar.
Tento respirar.
Não tem nada.
Não há palavras
para escrever o ar.
Para minha alma
não sufocar.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Poesia revolucionária







Quando eu tomar o poder,
com a FOME vou acabar.

A pobreza vai embora.
Emitirei muitas notas.
Distribuirei a todos pobres.

Vou derrubar o atual regime atacando o castelo das editoras.
Ataques terroristas.
Com palavras sujas, imundas e feias.
Queimaremos livros.
Deixaremos as palavras livres.

Os best-sellers serão expulsos.
Só eles.
O dinheiro não.
O dinheiro fica,
para alguns poemas menos favorecidos.

Construirei um palácio para mim.
Onde eu, a poesia, possa recitar meus lindos versos.
versos longos, compridos e bonitos.

Os contos serão meus escravos.
Terão que procurar palavras para mim.
Palavras elegantes, raras, lindas e que rimem!

Depois da minha revolução,
todos os textos serão iguais.
(Exceto os contos que serão lacaios)
Todos terão participação e importância de modo igualitário.
(Exceto as poesias que terão as palavras mais lindas).

Ninguém sofrerá abuso das criticas.
Todas serão bem lidas.
Todas serão bem escritas
Na minha ditadura de palavras preferidas.


Imagem: INGRES, Jean-Auguste-Dominique, Napoleon I on the Imperial Throne - 1806,
Um conservador pintando um revolucionário, ou seria o contrário? Em outras palavras, um conto pintando a poesia.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Poesia envergonhada

Eu deveria te dizer, mas não sei se devo.
Não consigo falar... Tudo prende! As palavras não conseguem passar pela garganta.
As vezes as palavras são grossas demais,
e minha garganta é fina, delicada.

Não consigo ser rude.
As palavras ásperas machucam minha garganta.
Por isso eu digo palavras doces, logo após delas.
Pra sarar minhas cordas vocais.

Não consigo dizer por muito tempo.
Não tenho fôlego.
Canso rápido.
Canso rápido
Canso rápido.
Já cansei.

Digo rápido, porque tenho pressa.
Tenho pressa porque tenho vergonha.
Tenho vergonha porque sou impotente.
Como a impotência pesa nos meus ombros.

Ela é pesada demais pra mim,
fico vermelha.
De cansaço.
De tanto fazer força.
Como a impotência pesa nos meus ombros.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Poesia embreagada.

Num dia, numa mesa de bar, conversava com a poesia sobre poesias, quando ela se irritou e disse:
'Thiago, vai tomar no cú.
Pare de procurar palavras bonitas pra mim
para de procurar rimas pra mim
para de tentar me criar.

Use verbos feios e fáceis.
Use palavras que todos sabem.
Use metáforas simples.

Eu sou do povo, para o povo.
E não pra uns pequenos grãos que me entendem.
Eu sou feia, eu sou rude, não essas madames aí.
Eu repito as palavras -meu vocabulário é curto-
Eu suprimo virgulas, eu como acentos.
Eu tenho FOME.

Não me escreva para um,
me escreva para mil.
me escreva como o povo fala
não como um padre fala.

Porque quando um sacerdote fala,
ninguém entende.
E quando eu falar.
Todos tem que entender.

Não me escreva para enfeitar lindas salas.
Não me escreva para ser lida por doutores.
Me escreva para libertar.
Me escreva para ser lida em
bordéis,
esquinas,
botecos.

Não acredite em ninguém,
não queira as coisas fáceis.
As pessoas mentem.
As palavras mentem.
Todos são uns Hipócritas!''

Depois disso, ela pegou seu copo de cerveja e foi embora.
Devia estar bêbada.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Série de poesias seriadas

Sempre foi de meu intuito escrever uma série de poesias, ou quase isso. Nesse mês de outubro, dedicar-me-ei somente a elas. Algumas vão sair boas, outrás más. Porém isso é comum, nunca a safra é totalmente perfeita. Sempre há um fruto podre.

O objetivo é fazer poesias com suas personalidades.

É uma tentativa.