quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Poesia revolucionária







Quando eu tomar o poder,
com a FOME vou acabar.

A pobreza vai embora.
Emitirei muitas notas.
Distribuirei a todos pobres.

Vou derrubar o atual regime atacando o castelo das editoras.
Ataques terroristas.
Com palavras sujas, imundas e feias.
Queimaremos livros.
Deixaremos as palavras livres.

Os best-sellers serão expulsos.
Só eles.
O dinheiro não.
O dinheiro fica,
para alguns poemas menos favorecidos.

Construirei um palácio para mim.
Onde eu, a poesia, possa recitar meus lindos versos.
versos longos, compridos e bonitos.

Os contos serão meus escravos.
Terão que procurar palavras para mim.
Palavras elegantes, raras, lindas e que rimem!

Depois da minha revolução,
todos os textos serão iguais.
(Exceto os contos que serão lacaios)
Todos terão participação e importância de modo igualitário.
(Exceto as poesias que terão as palavras mais lindas).

Ninguém sofrerá abuso das criticas.
Todas serão bem lidas.
Todas serão bem escritas
Na minha ditadura de palavras preferidas.


Imagem: INGRES, Jean-Auguste-Dominique, Napoleon I on the Imperial Throne - 1806,
Um conservador pintando um revolucionário, ou seria o contrário? Em outras palavras, um conto pintando a poesia.

Um comentário:

Nadie disse...

Cuidado com a crise do encilhamento:
"A pobreza vai embora.
Emitirei muitas notas.
Distribuirei a todos pobres."