sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Poesia embreagada.

Num dia, numa mesa de bar, conversava com a poesia sobre poesias, quando ela se irritou e disse:
'Thiago, vai tomar no cú.
Pare de procurar palavras bonitas pra mim
para de procurar rimas pra mim
para de tentar me criar.

Use verbos feios e fáceis.
Use palavras que todos sabem.
Use metáforas simples.

Eu sou do povo, para o povo.
E não pra uns pequenos grãos que me entendem.
Eu sou feia, eu sou rude, não essas madames aí.
Eu repito as palavras -meu vocabulário é curto-
Eu suprimo virgulas, eu como acentos.
Eu tenho FOME.

Não me escreva para um,
me escreva para mil.
me escreva como o povo fala
não como um padre fala.

Porque quando um sacerdote fala,
ninguém entende.
E quando eu falar.
Todos tem que entender.

Não me escreva para enfeitar lindas salas.
Não me escreva para ser lida por doutores.
Me escreva para libertar.
Me escreva para ser lida em
bordéis,
esquinas,
botecos.

Não acredite em ninguém,
não queira as coisas fáceis.
As pessoas mentem.
As palavras mentem.
Todos são uns Hipócritas!''

Depois disso, ela pegou seu copo de cerveja e foi embora.
Devia estar bêbada.

2 comentários:

Anônimo disse...

GENIAL!!

Nadie disse...

Tenho que concordar, genial. Essa é linda!