domingo, 27 de abril de 2008

Naquele tempo

No meu tempo, a gente cedia os lugares para as moças sentarem no bonde... E elas nos chamavam de cavalheiros

- Vocês são uns cavalheiros- Diziam elas.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

já fala por si

Isso é óbvio mas vale a pena ressaltar:
O ridículo nunca se sente ridículo.
O brasileiro é o único que se orgulha de coisas que deveria se envergonhar.

"Há de ser sempre a mesma coisa, mesma coisa, mesma coisa..."

terça-feira, 22 de abril de 2008

Não desista, persista

O homem passa na calçada, e acha uma moeda.
Vira, desvira, assopra e limpa. Analisa e põe no bolso.
Malditos segundos para guardar uma moeda perdida.
Não precisaria tanto, eu teria posto logo no bolso. Ele, porém, a analisou.

Mihares de pessoas passam por mim. Milhares de histórias diferentes, alegrias diferentes e problemas diferentes. Eu reparo em todas elas. Imagino como deve ser a vida delas. Suas casas, suas familias. Elas porém, nem notam a minha presença. Não percebem minha camisa amassada, não reparam no meu tênis desamarrado.
Não precisa de tanto, elas apenas passam por mim. Eu, porém, as analiso.

É inevitável.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Não pertube o vosso coração

Eu fujo de você.
Não te procuro, não te encontro, não te escuto e não te vejo.
Com medo de voltar a ter aquele velho desejo;
de te ter e não poder.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Bendito é o cachorro. Que sabe meus segredos, mas não fala.

Rosna, lati e chora. Mas não conta.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Privacidade entre o homem e o peixe.

Cresço,
Desço,
Esqueço.

Vou pro mundo, vou pro mar mas não vou fundo.
As ondas são mais fortes do que eu.
Os peixes têm mais sorte do que eu.

Teriam azar eles, se nascessem homens.
Tudo bem que não teria mais anzol, e eles veriam muito mais o sol.
Mas com o passar dos anos, eles teriam muito mais desgosto de terem nascido humanos.

Esse ser que prejudica a si mesmo. Nada merece. Nem mesmo um beijo.
A gentileza, a gratidão foram esquecidas. A delicadeza foi consumida.
Eu ajudo mas não me iludo. Há muito ainda por fazer. Há muito ainda que mudar.
Mudar as ruas, o país e a cidade
Mudar os rumos, as idéias e as vontades.
Transformar o que não pode ser mudado. Fazer gritar aquele mudo que anda calado.
Fazer delirar os surdos por música. E fazer olhar os cegos por arte.

Há de se protestar. Há de se fazer alarde. Ainda não é tarde.

Talvez ninguém consiga. Talvez ninguém tente. Talvez ninguém se importe.
Paciência, meu amigo. Tomarei meu porre e preparei a minha morte.

Morro cedo mas vou-me tarde.
E depois que os peixes decobrirem que o sol arde, vão prefirir ficar no mar.
E que se foda a minha vontade. As ondas não vão parar.
Maldito tu, que és homem. Maldito tu, que és inteiro.
Sorte porém tem os peixes, que não vão ao meu enterro.
Definitivamente, o silêncio pertuba muito mais que o barulho.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

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sábado, 12 de abril de 2008

Cinza

O mundo é cinza.
Colorido é o cinema, as pinturas e as gravuras.
O mundo é cinza.
Pergunte a um cachorro quais são as cores do mundo.
Se ele não te responder, não me diga.
Mas com certeza ele vai latir: Tudo é cinza.
A cor só existe nos olhos dos romanticos, idealistas e bebados.
Nada onde você se inclua... Ainda duvida ?
Então pergunte a lua.
-Quais são as cores do mundo ?
Não exija muito dela. Seja paciente.
Espere um segundo.
E ela vai te responder veemente: Daqui de cima, tudo é cinza!

Se o seu melhor amigo e a sua companheira dizem que é cinza.
Por que vai continuar acreditando que tudo é colorido?
É tudo cinza, cinza, cinza.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Sem pena

Não tenho nenhuma ideia. Em que postar ou como postar. Deixaria a pena seguir seu caminho sozinho, se ela existisse. A caneta chegou a substitui-la, mas aqui ela não tem força.

És tudo abstrado, meu amigo. Abstração. Vamos deixar então a pena, ou seja lá o que for isso, seguir seu caminho sozinho.

A chuva que cai no verão,
é a mesma que cai no inverno.
Então por que essa invasão ?
-se o céu é todo aberto.
Então por que essa inversão?
-se eu não quero andar de terno.
Nada é eternamente durável.
Nada é eternamente viavel.
Você pode ficar aí reclamando das injustiças da vida.
Que nada vai mudar.
reclame, grite e gaste saliva.
A chuva não vai parar
A reclamação é inutil.
Ela é o averso da ação.
A reclamação fecha pra sempre o seu coração.


Eis o que surgiu.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

inha

inha, inha, inha
ploft, plaft, boom.
zap, zap, zap.

ronc, onic, ronc.

tip, tip, tip.
tum, tum, tum.
vaps, vaps, vaps.

nham, nham, nham

( De sem querer fiz um " zum, zum, zum" pra você. )

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Tempo.

Ele acorda com um silêncio mortal. Levanta da cama, vai até a cozinha e faz seu café. Tudo isso em silêncio. Não há mais ninguém casa.

Ninguem para falar, ninguem para escutar, ninguem para pertubar. Simplesmente estava só, como sempre. Acaba de comer e vai se sentar. Fica ali olhando para parede branca do quarto esperando o tempo passar. Não é nem a desocupação que lhe incomoda. É a solidão.

E aquele restinho de esperança que ele guardava ( muito bem guardado ) no fundo do seu báu, esgotou-se. Evaporou-se. Foi se embora. Ele se decidiu a desistir. Já não vai mais insistir. Ele então admite: " Eu perdi."Como um bom perdedor vai moribundo voltando pra cama, para se deitar.

Ele queria só mais um poquinho de coragem, mais um poquinho de ousadia e determinação.

Ele queria simplesmente chegar no balcão do bar e gritar: Moço! Uma dose de adrenalina, por favor!!

Mas ele acaba tomando a sua água com açucar mesmo.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Dengue

Seria hipocresia de minha parte, alienação talvez, se eu não tratasse desse assunto ( que na minha opnião é ridiculo. )

Lembro-me de quando era pequeno, em que morava num infeliz prédio no qual não havia elevador, e que em todos os cantos e escadas tinha um cartaz de 'como evitar a dengue'. Dando informações, que todos sabem, para combater o foco dos mosquitos.

Pois bem. Depois de um pouco mais de uma década o mosquitinho volta com tudo. Mostrando a evidente ineficiência do setor público de saúde, no qual militares tiveram que entrar na 'briga' construindo hospitais de campanha. Há quem diga que os hospitais particulares também estão lotados. Que seja. Crianças estão morrendo, e outros pacientes estão sofrendo na fila... esperando leitos que não existem. Já foram 67 que morreram por causa de picadas de mosquitos esse ano.

Hospitais sem rémedios, sem médicos e sem leitos. Isso realmente devia se chamar de 'hospital'? Na minha opnião, é uma vergonha o Rio de Janeiro, e tudo o que esse nome representa, chamar médicos de Rondonia, Pará e outros estados menos expressivos. Sem preconceitos, e desdenhar a ajuda, é porque não deveria ter essa necessidade de se convocar mais médicos. Não é de hoje que o sistema de saúde é um lixo.

Mas eu não me importo com isso. O César Maia também não. O Sergio Cabral tá pouco se importando. E o Temporão também. ( Digo Temporão, porque o nosso Lula, é claro, não sabe de nada e não se compromete com nada. )

Além do mais, uma epideminhazinha é sempre bom.

terça-feira, 1 de abril de 2008

44 anos

Só pra não deixar passar em branco o " Golpe Militar de 1964" que faz hoje 44 anos.

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Há controvérsias, eu sei.