O homem passa na calçada, e acha uma moeda.
Vira, desvira, assopra e limpa. Analisa e põe no bolso.
Malditos segundos para guardar uma moeda perdida.
Não precisaria tanto, eu teria posto logo no bolso. Ele, porém, a analisou.
Mihares de pessoas passam por mim. Milhares de histórias diferentes, alegrias diferentes e problemas diferentes. Eu reparo em todas elas. Imagino como deve ser a vida delas. Suas casas, suas familias. Elas porém, nem notam a minha presença. Não percebem minha camisa amassada, não reparam no meu tênis desamarrado.
Não precisa de tanto, elas apenas passam por mim. Eu, porém, as analiso.
É inevitável.