quinta-feira, 3 de abril de 2008

Tempo.

Ele acorda com um silêncio mortal. Levanta da cama, vai até a cozinha e faz seu café. Tudo isso em silêncio. Não há mais ninguém casa.

Ninguem para falar, ninguem para escutar, ninguem para pertubar. Simplesmente estava só, como sempre. Acaba de comer e vai se sentar. Fica ali olhando para parede branca do quarto esperando o tempo passar. Não é nem a desocupação que lhe incomoda. É a solidão.

E aquele restinho de esperança que ele guardava ( muito bem guardado ) no fundo do seu báu, esgotou-se. Evaporou-se. Foi se embora. Ele se decidiu a desistir. Já não vai mais insistir. Ele então admite: " Eu perdi."Como um bom perdedor vai moribundo voltando pra cama, para se deitar.

Ele queria só mais um poquinho de coragem, mais um poquinho de ousadia e determinação.

Ele queria simplesmente chegar no balcão do bar e gritar: Moço! Uma dose de adrenalina, por favor!!

Mas ele acaba tomando a sua água com açucar mesmo.