sábado, 26 de dezembro de 2009

libre poesia



Ah, a minha poesia.
Nem sei se ela é minha.
Ela é livre.
Ora vem cá ao meu bar.
Ora vai lá buscar outros braços.

Uns dias,
acorda e quer rima.
Outros.
Dorme sem querer ser lida.

Tem horas
que quer ser bonita.
Em alguns minutos.
quer ser pobre.
Em segundos
quer ser as duas
E ainda ser rica.

Mas aí o tempo acaba.
Ela foge do papel.
Foge da mesa.
Corre da cabeça.

O poeta,
refém da poesia.
Espera a sua volta.
Manda cartas,
promete versos alexandrinos.
promete sonetos.
promete ritmo.
promete uma epopéia.

Mas ela não aceita.
Ela não quer tercetos.
quartetos.
Oitavas.
Ela quer ser livre.
ser tudo.
ser nada.

Quer poder fazer um verso. Único!

Ela sabe que pode tudo.
Poesia assina sua carta de alforria.
está com o povo agora.
Pagou com o dinheiro dos ricos.
Para falar aos pobres.

Coitados, ignoram-a.
Ela se abala.
mas sabe.
que a tarefa,
não é fácil.

Insiste.
Não lêem seus versos.
Persiste.
Não entedem suas palavras.
Não desiste.
Esnobam de suas estrofes.
Tanto assim,
esta,
nunca os traiu.

Ah, a nossa poesia.
É persistente.
Sempre ao lado do povo.
É viva.

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