de repente no país do bacharel de cananéia dos bacharéis de canudo e anel no dedo e dos doutores de borla e capelo no país dos coronéis latifundiários de baraço e cutelo (melhor dizendo de serrote elétrico corta-homens) de nobres de curul e pobres no curral um metalúrgico (sem anel de grau sem toga doutoral sem sabença de papel passado) um torneiro mecânico formado na vida (Severina) assoma no altiplano de brasília e toma posse da república numa apoteose de povo dando novo sentido à palavra pátria
não suporte, o intolerável, não apoie, o errado, não critique, o certo, não acomode-se,
só em 2011, por favor.
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Em tempo, os meninos MC's do Complexo do Alemão foram libertados. Apesar da demora, nada mais do que justo, o que desde do princípio era injustificável.
No dia 1° de Abril de 1964, no primeiro dia da ditadura civil-militar, houve a ocupação e a destruição do prédio da UNE situado na Praia do Flamengo. O regime fez questão desse ser o seu primeiro ato, na tentativa de com isso, destruir todo o simbolismo do movimento estudantil, que eles já sabiam, que seria o seu maior opositor. Em 1980, no apagar das luzes do regime, novamente, com uma onda de reacionarismo, eles acabaram de fazer o "serviço" incedianto e demolindo o prédio, então antiga sede da UNE, que era considerada ilegal pela Lei Suplicy Lacerda de 1965. No prédio, antes de ser a casa dos estudantes, funcionava o Clube Germânia e este, pela campanha à época em 1942, foi tomado pelos estudantes num ato contra as potências do Eixo ( Alemanha, Japão e Itália), contra o Nazi-fascismo e a favor da paz. Desde então, o presidente Getulio Vargas reconhece a entidade e doa o prédio para ser a sede da entidade a partir de então. Em 1994 o terreno passa ser reconhecido como de propriedade da UNE, porém apenas em 2007, com a ocupação de milhares de estudantes, é que a UNE passa ter a posse definitiva deste, porque até então funcionava um estacionamento ilegal. Ontem, no dia 20 de dezembro de 2010, se dá o início das obras da nova sede, com o projeto doado do arquiteto Oscar Niemayer. Este marcou o evento sendo sempre aplaudido, mostrando vigor aos seus 103 anos de idade. Este que aqui vos escreve, fez uma pequena e humilde cobertura do evento, na tentativa de ser uma alternativa a grande mídia, que como lhe é apropriado e conveniente, o faz sob uma lente mais conservadora.
A reconstrução Presente ontem no Ato, o presidente Lula considera a reconstrução da sede da UNE a consolidação da democracia brasileira. Essa entidade, que assim também como a UBES ( União Brasileira de Estudantes Secundaristas) sempre esteve contra as ditaduras brasileiras, tanto a do Vargas e a mais recente dos militares. E que igualmente, tanto sofreu com elas, tento toda a sua executiva e corpo de direção no hall dos desaparecidos do regime. Entre eles e também o homenageado da festa, Honestino Guimarães, presidente da UNE em 1971 e desaparecido politico até hoje. Toda essa raiva dos setores conservadores da sociedade de fronte aos movimentos sociais e, em especial, o movimento estudantil é simbolizada pela destruição da antiga sede. Então, além da consolidação da democracia, a reconstrução da sede significa a derrota daqueles que, como bem frizou Aldo Arantes, pensavam que com a demolição de pedras iriam também destruir nossos sonhos. Hoje a UNE está a frente de inúmeras batalhas, na árdua e eterna luta pela reforma universitária que expanda vagas e democracia nas universidades, na luta pelo acesso democrático à universidade e também, e esta ultima e vitoriosa, a luta dos 50% do Fundo Social do Pré-sal para a educação brasileira, principalmente a de base.
Por fim, dois discursos marcantes no evento. O primeiro é do ex-presidente da UNE Aldo Arantes, importante articulador da campanha pela legalidade na renuncia de Jânio Quadros e pela posse de João Goulart, no qual a UNE teve transferida a sua sede temporariamente para o Rio Grande do Sul, para que, junto de Brizola instalar a rede da legalidade.
Por último o discurso do presidente Lula, um na integra outro o meu registro. É claro que nesses oito anos de governos o Brasil teve avanços principalmente na educação universiversitária e no ensino técnico, com mais vagas e a consolidação da Universidade Pública e com a construção recorde de escolas técnicas. Porém todos nós sabemos, e a UNE sabe que ainda temos que avançar ainda mais, pela popularização da universidade, mais bolsas para pesquisa e uma educação de base cada vez mais qualificada.
A pilha de livros em cima da mesa, pegando poeira. O café de ontem, ou de domingo, que já está frio. A casa vazia, só as baratas lhe fazem companhia. A porta meia aberta. A toalha molhada em cima da cama. A janela aberta, deixando entrar a chuva. A tv ligada num canal qualquer. Meias jogadas ao chão, cobertas por cuecas sujas. Roupas viaradas, travesseiros amaçados. Cinzeiro lotado, maços esgotados. Pia cheia de loça suja. Pratos e copos imundos. O queijo mofando na geladeira, junto com os tomates. Armários vazios, cavernas das aranhas.
Não gasto minhas palavras para falar de amor,
não uso minhas letras para algum chefe,
ou qualquer outro senhor.
Para ter valor,
precisa ser miserável.
Para ser importante,
não precisa ter amante,
basta ser amável.
As minhas palavras caras,
minha cara,
uso com aquele que é barato.
Aquele que não usa terno
nem sapato.
Meus versos preciosos
são refens dos mendigos
que pagam a recompensa,
apenas com sorrisos.
A cada estrofe,
que curar uma fome,
(por um segundo que seja)
não enche o estomago,
mas deixa a cabeça
satisfeita.
Quem é rico faz pedidos,
suspira o excesso.
Quem é pobre agradece,
alivia-se com o curto sucesso
do seu emprego,
do seu trabalho,
que será trocado
por um pequeno
salário.
Descansam na subida da ladeira
assobiando a nova musica,
ocupada na sua cabeça.
Cotidianamente
- vence.
Sem receber qualquer
prémio,
ou menção.
Porém, sente inveja
da medalha do patrão.
Que ganhou por matar patos,
por ter o mais bonito carro,
ou por qualquer outro fato,
que relembra que ele é inferior.
Que nunca terá valor.
Quando declamam poesias
o burgues se enaltece
brilham os olhos
suspiram preces.
Cultura
só consumida por estes.
Aos marginais
há velhos jornais
há velhas musicas
samba,
pagode,
funk,
que a elite não escuta
para isso
se faz surda
pois beleza,
nobreza,
só os seus cantos
somente seu encanto.
Podre classe
que hoje domina
mas amanha sucumbirá.
Seus valores,
seus gostos,
hoje nobres,
amanha
-
tão pobres.
Arrogancia,
ganancia,
cairão.
Uma nova cultura
surgirá.
Outra sociedade
solidificará.
Sob as ruinas do consumismo
do individualismo.
Morte ao Capital,
que tanto explora.
Os meios de comunicação vem evoluindo de uma forma bastante expressiva nas ultimas decadsa. Esse século, XXI, pode ser o tempo de protagonismo da mídia. Cada vez mais esta vai tomando o papel principal na opinião pública, ou quase sempre tentando.
Nos ultimos anos tivemos varios exemplos dessa, o que podemos chamar, de ditadura da mídia. Os grandes jornais chegam na frente da notícia, investigam, julgam e já promulgam a sentença, quase sempre condenando ( Ou quando é do seu interesse, absolvendo). A verdade é que os meios de comunicação puxam para si um quarto poder da republica. Ao lado do executivo, legislativo e o judiciário, a mídia quer ser a protagonista dos poderes. Uma vez que ela tem grande força, grande confiança da maioria da população, eles usam isso para fazer um julgamento prévio, sem o amplo direito a defesa por parte do suposto "réu".
No caso Nardoni, a titulo de exemplo, os jornais apelaram para o clamor emocional, com um acompanhamento beirando o fanatismo, deixando a defesa numa posição muito mais desvantajosa. Assim como no caso do goleiro Bruno, e tantos outros. O problema não é dar a noticia, isso é de extrema importância para a democracia, o problema está da redução dos casos. Os jornais acusam, julgam e condenam, com muito mais celeridade do que a justiça "comum". Depois disso eles desvalorizam totalmente o trabalho feito pelo judiciário. Ora por conceder direitos ao réu, que para eles é desnecessário, ora debochando do seu trabalho. O fato é que para a mídia, nunca está bom. Se o resultado acompanhar o seu, eles reclamam da lentidão do processo. Se for uma decisão adversa a sua, eles desqualificam totalmente, invocando as injustiças do mudo.
Sabemos que esses jornais são comandados por grupos de pessoas. E como todos, esses com tanto poderes, são movidos a interesses. Daí está o problema principal da participação mídia: Quando esses interesses querem convencer ou manipular a grande massa, já que esses meios tem uma enorme capilaridade e credibilidade entre a população. Podemos ver que nos ultimos oito anos, os grandes jornais vem num oposição ferrenha ao governo Lula e agora a candidatura da Dilma. Isso tem um motivo. Esses jornais ligados a pessoas importantes, de grande influencia nos bastidores do Brasil, recebiam antes no governo FHC 70% da receita de propaganda do governo. Agora estes recebem apenas 30% ficando o resto para os pequenos jornais e mídias locais. Assim acentuaram as criticas contra um governo que vem, além das verbas de propaganda, contrariando os interesses dos donos desses jornais, que geralmente são ligados ao conservadores e a interesses estrangeiros. Sendo assim, uma política mais popular, focada mais no povo e não nos empresários, com maior autonomia dos EUA, vão insatisfazendo esses empresários.
Muitos alegam a liberdade de imprensa como direito inabalável. Todos devem defender a democracia e com a ela a indispensável liberdade dos meios de comunicação. Esses, de fato, não devem ser controlados por governos, como também, se controlados por empresários, não podem representar o interesse deles, se por outro lado invoca a imparcialidade e o interesse comum. Desse modo ficamos num jogo arriscado e perigoso. Pois de um lado, se a censura é nociva a democracia, a manipulação da informação igualmente é. Na nossa historia ja tivemos vários exemplos de como isso é perigoso. No golpe de 64 a grande mídia, inclusive o Globo, exaltaram o regime militar. No Chile nas eleições para o congresso na época de Allende, a grande mídia proclamou a vitória da democracia cristã, quando no caso quem havia ganhado era na verdade a Unidade Popular, frente de esquerda pró-Allende. Na Venezuela em 2002, quando a grande mídia chamou o povo, sem sucesso, para derrubar o governo de Chavez. E por último, mas que ainda há vários outros, a tentativa de golpe ( de novo da Globo) no Governo do Estado do Rio, proclamando outro vencedor dos que estava nas urnas, que era o Brizola.
Novamente esses casos se repetem. Quando os governos contrariam o interesses desses empresários, que são os poucos que controlam a mídia aqui no Brasil, eles vem com golpismo baixo, e debaixo do sagrado direito da imprensa livre, caluniam, acusam, julgam e condenam. A favor de seus interesses, sempre. Porém, hoje com advento da internet podemos fazer uma resistencia a essa grande influencia. Por isso temos que lutar para a implantação do Plano Nacional de Banda Larga
Após vinte e um anos da redemocratização, o Brasil vai novamente as urnas escolher de forma democrática e soberana o seu novo presidente. Nessa encruzilhada sempre são apresentados aos eleitores projetos para o Brasil.
Este ano não será diferente. Estão postos diversos programas para o futuro do nosso país. Entretanto, dois destes se evidenciam mais e por serem diametralmente opostos acabam polarizando essa eleição. O primeiro é o programa que comandou esse país por tantos anos, da lógica neoliberal, do Estado Mínimo e da precarização dos serviços públicos que faz parte da estratégia de privatização. Este campo representado por Serra sofreu uma dura derrota em 2002 e desde então não consegue mais voltar à tona. Recentemente eles tentaram, com o apoio de setores da mídia conservadora, ganhar a eleição na justiça, com apenas sete votos dos ministros do TSE, desrespeitando todo o processo democrático, no qual são discutidas propostas para o povo. Nesse debate, o candidato se furta.
O outro projeto é representado pelo campo democrático popular, vencedor nas eleições de 2002. O resultado dessa vitória pode ser condensado nos oito anos de governo Lula, que trouxe mais emprego, mais oportunidade para juventude e a volta do orgulho de ser brasileiro, com as Olimpíadas e Copa do Mundo. Um exemplo claro disso é a reativação da indústria naval, desativada no governo FHC, ela foi retomada pelo governo Lula e gerou já um milhão de emprego, além de produzir tecnologia brasileira. Antes, no antigo governo, preferiam gerar emprego lá fora, importando, pois na síndrome de vira-lata, tudo que vinha de fora era melhor. Hoje revertemos esse quadro e valorizamos mais a indústria nacional. O primeiro navio já está pronto, é o João Candido, marinheiro negro que liderou a Revolta das Chibatas. Hoje se torna símbolo do desenvolvimento do Brasi.
A candidata Dilma, representante da continuação do projeto vencedor em 2002, é a certeza do avanço dessas mudanças, de um país mais soberano no exterior. Antes, fantasmas como ALCA e FMI eram figuras constantes nas vidas dos brasileiros e eles decidiam para onde ia o dinheiro. Graças a um governo que fortaleceu Estado vimos que é possível pautar uma política de independência voltada aos interesses nacionais e não a órgãos estrangeiros. Com o Plano Nacional de Bandas Larga, com a reestatização da Telebrás, brasileiros de baixa renda poderão ter acesso a internet de alta velocidade com um preço de custo. Antes se o Mercado não queria fazer, azar era dos pobres. Hoje não dependemos mais da vontade de empresas. Atualmente dependemos somente da nossa vontade e num compromisso de construir um país de todos,no qual o Estado se torna presente em cada canto do país.
A educação serve de alicerce para qualquer sociedade. No Brasil ela sempre foi jogada para o segundo plano, sempre sofreu corte nas políticas de pagamentos de juros do governo FHC. A lógica da precarização dos serviços públicos atingiu as Universidades públicas em cheio. A UFRJ, por exemplo, chegou a ficar um tempo sem luz, por conta do corte de energia provocado pela falta de pagamento. Se não tinha dinheiro para luz, imagina para os livros! Os acervos das bibliotecas públicas eram desatualizados e não haviam verbas destinadas para esse fim. As universidades públicas eram sinônimos de precariedade e de seguidas greves, por conta de reajuste que nunca aconteciam. Hoje encontramos um clima bem diferente. Na UFF, por exemplo, estão sendo construídos 21 novos prédios, mais salas e com uma infra-estrutura bem melhor. Houve uma expansão de vagas, principalmente a noite para facilitar o acesso dos trabalhadores, e também a criação de cursos no Interior. Porque antes quem mandava eram os homens brancos e cultos da capital, mas agora é diferente. Das 13 novas universidades do Governo Lula (FHC não construiu nenhuma) a grande maioria é do interior. Como é o caso da Universidade Federal do Oeste do Pará, a Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira (Unilab) que fica na cidade de Redenção, interior do Ceará, uma iniciativa do Brasil com a interação Sul-Sul (com outros países em desenvolvimento no hemisfério), a Faculdade do Descobrimento (FADESCO) em Porto Seguro-BA, e tantas outras que são focadas no desenvolvimento local e nas demandas dessas comunidades. No campo ainda da expansão de vagas foi criado o PROUNI que inseriu 700 mil jovens no ensino superior privado, somente com isenção de taxas dessas instituições particulares. Nota-se que nesse país, infelizmente, essas Faculdades nunca cumpriram seus compromissos com seus em pagar impostos, pois com uma brecha na lei, sempre conseguiam ser uma entidade filantrópica. Vale ressaltar que o campo mais conservador, ao se enfurecer em ver uma camada mais humilde da população ingressando no ensino superior, que sempre foi reservado a elite, entrou com um pedido de anulação do PROUNI no STF. Quem ajuizou a ação foi o partido dos Democratas, hoje ao lado do Serra, que vendo o incontestável sucesso do PROUNI, diz que vai criar o PROTEC, para escolas técnicas. Repito: Porque eles acham que pobre não podem entrar nas universidades, para eles basta o ensino técnico. Aproveitando o ensejo, no aspecto do ensino técnico, novamente mais avanços. De 1909 até 2002, quando essas elites tomavam conta das riquezas dos Brasil e se sustentavam dela, foram construídas 140 escolas técnicas em todo o país. Nos oito anos de governo Lula já foram construídas 214, ou seja, mais do que o dobro em toda a história desse país. Isso significa mais jovens capacitados para o primeiro emprego, mais renda e dignidade para uma parcela da população que sempre foi massacrada e agora abre perspectivas para uma vida melhor
Esses projetos de vida dessa camada do povo brasileiro começam a se tornar realidade. Quem antes nunca teve o direito de consumir, agora consome, com o acesso fácil aos créditos, que antes era só oferecido aos ricos e empresários. Apesar da oferta de créditos a juros baixos, feito obviamente por bancos públicos como a Caixa e o BB, a taxa de inadimplência é relativamente baixa, mostrando que a população brasileira sabe consumir conscientemente e que agora pode comprar sua geladeira, seu fogão, seu carro e até mesmo sua casa própria. Exalta-se aí o programa Minha Casa e Minha Vida e o programa de financiamento da Caixa. Tudo isso dá acesso a população mais oportunidade de vida.
A transição democrática que o Brasil vive hoje é de suma importância. Estamos caminhando na construção de um país melhor, de um país de todos. A candidata Dilma Rousef é a mais preparada para assumir esses compromissos. Sendo a primeira mulher a governar este Brasil, infelizmente predominantemente machista, ela não irá falhar ao conduzir o projeto democrático popular para um novo rumo, um novo patamar.
Nós ainda estamos longe de chegar num país perfeito, mas com Dilma na presidência podemos ter a certeza de dar passos firmes a um governo mais amplo e democrático. Temos que evitar o retrocesso e derrotar aqueles que governaram esse país por tantos anos e nada fizeram para o povo. Antes eles davam desculpas para tudo, até um operário assumir o poder e mostrar que quem quer faz e quem não quer arranjar desculpas e mentiras. Serra já se mostra derrotado e agora vem tentando dar golpes-judiciais, tentando impugnar a candidatura de Dilma com dossiês que sempre aparecem no colo dos tucanos. Querem substituir o voto pela caneta e ganhar as eleições a base de canetadas.
Entre as marteladas de cada mês, 100 jovens são mortos pelo burguês.
Nos trens, onibus, e caminhadas. É longo o caminho,
para mais uma jornada.
Do outro lado. Dentros dos condomínios, cercados de cinismo, com carros blindados e grupos de exterminios a burguesia não vê seus inimigos.
Nos domingos, em dia de missa,
a Igreja lava alma da burguesia,
-A água benta,
-É a água da hipocresia.
De segunda a sexta, não há misericordia, a amnésia toma conta dos caridosos. A bondade, A fraternidade, só para aquele que tem um bom salário.
Para o humilde, não há perdão. É dura a tarefa de respeitar o patrão.
A greve por dignidade, A greve por um melhor horário. A greve - instrumento de luta da classe trabalhadora- está sempre na mira da metralhadora.
A sociedade ignora O Estado? A burguesia controla. Depois de um dia em frente a TV, o burguês não tem o que temer. Há um sorriso satisfeito pois seu Estado é perfeito.
No fim do expediente, depois das marteladas de rotina. O proletário está com a marmita vazia. Com uma familia para alimentar...
Fazer textos sob encomendas é como pedir às Idéias preguiçosas para se levantarem e trabalharem. Vamos! Levantem! Trabalhem!- Exalta o autor com energia, e elas respondem graciosamente com longos bocejos. Trabalhar um texto é como preparar uma lavoura. Planta-se a Ídéia, cuida dela, com bastante carinho se ela for boa ou pode ser com bastante rigidez e energia se for indisciplinada, e depois disso, colhe-se o fruto: o texto. Ora, nem sempre a lavoura rende, depende de vários outros fatores além do trabalho do autor e da boa vontade da Idéia. Se esta for preguiçosa trará um texto lento, com palavras vagas. Provavelmente dará sono ao leitor, e por conta disso, não irá nunca vê-los. Se porventura ela for entusiasmada, pode proporcionar um bom texto, mas isso não é regra, pode ser atropelado e atrapalhado. Outra variante é o autor. Ele tem que ter dedicação e acreditar na Idéia, faltando isto, no mínimo vai sair um texto desacreditado, por conta da Idéia fraca.... e olha que as vezes ela poderia até ser forte, mas precisa de apoio.
E assim segue a longe jornada pelas palavras que querem ser lidas e outras esquecidas. O texto forçado sai assim truncado. Talvez não atenda as exigencias do Mercado, como são feitos os pedidos de encomenda, e acaba esquecido nas prateleiras. Até o cliente que exigiu palavra por palavra se desinteressa. Resta só a poeira, as baratas e os ratos para roerem palavra por palavra...
- Olha, já é meu terceiro cigarro e o maço está acabando. Acabou-se também o amor. Pode fazer noite, dia, chuva, sol. A revolução também se esvaziará. Nada irá ser como o amanhã. Sua ansiedade pela noite e suas estrelas só vai estragar o luar. Não fique decepcionada se - pausa para acender o cigarro - eu for embora agora. Não há tempo. Os segundos estão perdidos. Os minutos são inúteis. Já não tenho certeza da hora. Os dias estão vazios. Semanas passam como brisa...Minhas palavras que outrora já lhe trouxeram prazer, hoje trazem a amarga dor... sinto esse gosto desagradável em minha boca, como se fossem farelos das palavras ao sairem da minha garganta. Não lhe quero mal. Nem quero que me entenda. A confusão que chegou a mim não pode ser simplificada a você. São tantas novas sensações, tanta informação ao mesmo tempo que é necessário liberdade para fita-las, aprecia-las, deixarem elas irem ( se elas quiserem ) ou prende-las se for necessário. Eu preciso de liberdade para prender. É preciso dizer, proclamar a liberdade, para suprimi-la a cada parte de mim.
No final do jogo do Brasil contra a Costa do Marfim aconteceu algo peculiar. O treinador Dunga, que já vinha se desentendendo com a Globo por um tempo, desafiou a emissora em rede mundial e esta, manifestada na imagem do jornalista Alex Escobar, dobrou-se ao pés do técnico da seleção.
Porém, como é sempre de se esperar, a emissora contra-atacou e foi para cima do treinador. Primeiro com mentiras, no qual não deixou claro o motivo da briga, em que este foi a NEGAÇÃO de uma entrevista exclusiva com três jogadores com a Fatima Bernardes e o Alex Escobar para ser transmitido para o Fantastico. A Rede Globo, tão acostumada com essas regalias, ficou espantanda com a posição de Dunga em negar veemente esta possibilidade: Ou a entrevista é para todos ou não é pra ninguém. A questão é que esta entrevista foi negociada com Renato Mauricio Prado, chefe de redação de esportes da Rede Globo e com o próprio presidente da CBF, Ricardo Texeira, que autorizou a entrevista. O que eles não esperavam foi a respota do treinador, sempre convicta: “Não tem autorização nem meia autorização, aqui nesse espaço eu é que resolvo o que é melhor para a minha equipe. E com licença que eu tenho mais o que fazer. E pode mandar dizer pro Ricardo (Teixeira) que se ele quer insistir com isso, eu entrego o cargo agora mesmo!”.
No momento da ofensa de Dunga ao Alex Escobar, na coletiva de imprensa, este conversa ao telefone com o Tadeu Schmidt reclamando por conta da entrevista não realizada. Quando o Alex Escobar foi interpelado por Dunga, este recuou e se manteve calado. Horas depois, no Fantastico vem o nosso jornalista Tadeu Schmidt lendo um editorial pífio, atacando Dunga.
Pode-se considerar que realmente a atitude do tecnico da seleção brasileira não foi compátivel com seu cargo. Todavia, é a primeira vez, e isso tem que ser louvado, que um tecnico da seleção brasileira ataca frontamente a emissora mais poderosa do país. Outros como Brizola, que numa tentavia da Globo de usurpar a sua eleição vitoriosa teve o direito de ler uma carta em resposta a esta, e também Requião, governador do Paraná, que criticou brilhante a emissora.
ps: A Globo, no Paraná, atende pelo nome de Gazeta do Povo
Essa Copa pode ser crucial para a Rede Globo. É claro que ela torce para o Brasil chegar a final. Não por amor a nossa nação, mas sim por amor ao dinheiro, ao capital,expresso pelos patrocinios.
A vitória do Brasil pode ser considerada o começo da derrota da Globo... o que parece para mim, uma esperança distante, mas pode ser o início de algo maravilhoso... Não está sendo discutido aqui a liberdade de imprensa, esta é nunca deve ser posta em pauta, discutida, sempre tem que ser assegurada. O que não pode é uma impressa lacaia de interesses de pequenos grupelhos, interese de terceiros que só querem tirar lucro de tudo que se vê.
A imprensa global já está caindo em descrédito. Na politica, critica-se o governo federal por não fazer, por não deixar de fazer. Nunca se está satisfeito, sempre há criticas e ataques. Isto é excelente para uma democracia, porém, tais criticas, tais oposições, tem que ser fundadas num interesse nacional, da grande massa e não para fazer oposição por não se está governando para poucos. Com 95% de aprovação, o Governo Lula mostra que está blindado a estas tentativas inúteis dos meios de comunicação. Agora é Dunga que se mostra na frente da seleção brasileira, resistindo a ataques incessantes.
Já começou o Cala Boca Galvão, Cala Boca Tadeu Schmidt, agora tem que ser Cala Boca Globo!
Olhe em sua volta. É tudo igual. Todos são iguais. São as mesmas pessoas, os mesmos jeitos, as mesmas manias, o mesmo dinheiro, as mesmas musicas, as mesmas aulas, as mesmas reclamações, as mesmas reivindicações, as mesmas leituras, as mesmas conversas, as mesmas brincadeiras, as mesmas piadas, as mesmas cervejas, as mesmas comidas, os mesmos livros, os mesmos caminhos, os mesmos conselhos, é sempre o mesmo, a mesma, sempre, a mesma vida.
É a mesma fome, que mata, tantos, hoje, ontem, amanha, sempre.
É a mesma inercia, que deixa, morrerem tantos, hoje, ontem, amanha, sempre.
É a mesma tentativa, de mudar, tudo, hoje, ontem, amanha, mas nem sempre...
Só tem uma vida nova, quem já viveu. Só tem uma segunda chance, quem já teve a chance de ser alguém. A maioria dos individuos que encontramos no sistema penitenciário não tiveram o direito primordial do ser humano: o direito de ser.
Privados disso, a sociedade lhe dá as costas. Ignoram a pena de vida que cumprem. Ignoram o sistema educacional minunciosamente articulado para perpetuar a sua miséria, para que ele continue um escravo. Uma educação que amansa, que dogmatiza a sua marginalização, que santifica os ricos e estabelece a eles, pobres de berço, um destino de miséria.
Os que não aceitam, pegam em armas. Não para se rebelar contra este sistema e sim para comprar um misero tenis, roupas caras, manter status. Rebelam-se para tentar ser rico. Rebelam-se para tentar sair da vida de pobreza e entrar nessa vida de 'sonhos' que a elite ostenta. Pensam que vão reverter o inevital fim de miséria. Criam o seu mundo paralelo, a margem do mundo real, que como análogos mantém uma classe dominante, os traficantes, que oprimem mais ainda os moradores dessas comunidades. Estes sofrem uma dupla opressão. A primeira pelo Estado, com o seu braço forte, bruto e obediante, a policia. O segundo, dentro da propria comunidade, aquele que com armas brincam de reis, se fecham num mundinho que as classes superiores estabelecem a eles. Um mundo de restos. Acham que são livres, mas são meros empregados e lacaios daqueles que andam com terno e gravata, de carro importando no ar condicionado, que dizem 'não!' quando importunados por algum moleque que estende a mão...
Engana-se porém quem acha que é a miséria a geradora de violencia. Esta é sim, sem duvidas, um dos fatores, mas nem de longe é a questão principal. O que favorece é um sistema como o nosso, que se baseia puro e simplesmente no consumismo. Tratam todos como consumidores, não como humanos. Julgam-nos com o que se compra, não com o que se é. Aqueles que nada tem, que nada consomem, são dispensáveis, não tem valor algum. Daí a marginalização de milhões de individuos que simplesmente são eliminados e sumariamente executados do sistema. A desigualdade social, a diferença entre esses que foram conteplados com a sorte e tiveram em suas vidas todas as facilidades e oportunidades para crescer contra aqueles que o futuro não reserva surpresas e sim, somente a miséria. É esta desigualdade o fator fulcral gerador da violencia. Na medida em que há uma exarcebada diferença economica e social dos individuos, aqueles menos favorecidos tentarão, inevitalmente, tomar dos mais afortunados. Eles farão isso não por prazer, por causa de punições brandas, mas por necessidade, desespero. Tolo é aquele que pensa que esta necessidade pode ser comparada com aquelas fúteis e inúteis das quais por ventura passa. Estúpido é que aquele que com arrogancia e barriga cheia não pondera sobre a fome que estes sentem diariamente. Não uma fome a fim de ser sanada em minutos, mas uma fome rotineira, diária. Uma fome que tem que ser morta diariamente.
Ninguém se importa com isso. Não mesmo. Enquanto milhares são mandados diariamente para porões de cadeias, onde perdem todos seus direitos, onde de fato são tratados ainda mais como bichos, a maioria ignora o fato. Negligencia. Ou o contrário: imploram a pena de morte, clamam para prender jovens menores de idade, suplicam para por na eternidade aquele que já nasceu preso e sem direitos. Por conta do egoismo desse pequeno setor que acumula grande parte da riqueza é que esta grande massa miserável sofre.
( Leitor, não interprete mal, essa é uma visão, uma interpretação, as coisas não são tão cruas assim, mas para aqueles que sofrem, basta a realidade. Para aquelas que vivem no conforto, há as palavras que não convencem. Há uma tentiva que mostrar a visão do outro lado, mas nem sempre ela é bem sucedida.)